O Conto de fadas do desarmamento

15/06/2011 09:07

Por Jessica Ramos

 

Agora me vêm com essa história de desarmamento. Já vi tudo. É claro que é preciso fingir alguma atitude depois de um lamentável acontecimento como aquele na escola do Rio de Janeiro. Pois é. Fico me perguntando o que se passava na cabeça daquele rapaz. Não consegui resposta. Só sei que com desarmamento ou não, ele teria comprado a ferramenta que matou doze vidas inocentes. Desde quando bandido, assassino ou outras coisas do tipo compram armas legalizadas? Também acho o mesmo, quase nenhum. Ao menos a solução que viram para impedir outros casos como esse, não é a situação na qual se encontrava aquelas armas.

Seja o que for, e não que seja contra a iniciativa, só acho que é preciso muito mais. Claro. Pois se o brinquedinho assassino não é encontrado nas lojas, ainda assim pode facilmente ser adquirido ilegalmente. E de onde surgem então? Ah sim! Aposto que seriam de autoridades civis, nada honestas que colaboram com o tal esqueminha sujo. Não vou mais dizer nada a esse respeito. E nem mesmo estou generalizando. Apenas me sentindo no direito de me indignar. Posso?

O fato mesmo é que não vou agüentar não dizer. Afinal essa história de que arma só é sinal de segurança se estiver na mão de autoridade é outro conto da carochinha. Agora vi que até promotor bota ela na cabeça de quem quiser e ameaça a hora que achar conveniente. Ou melhor, a hora em que seus nervos pedirem. Mesmo que seja apenas o som alto do vizinho que o incomode. Então qual a diferença entre o desequilíbrio psicológico de um jovem, como o desequilíbrio de humor de um promotor de justiça? É, eu também não sei.

O desarmamento é bom? Eu até acho que sim, mas só se junto com ele estiverem outras ações eficazes, as quais quem sou eu pra ditar. Só não me venham com essa história de que essa é única medida preventiva que se pode tomar. É preciso muito mais. É preciso controlar ações corruptas partidas de autoridades, onde o buraco é muito mais embaixo. É isso mesmo. Ações permissivas que colaboram, e muito, com o armamento, isso sim. Eu, pelo menos, vejo apenas uma conseqüência se a medida for só o desarmamento: as armas concentradas nas mãos de autoridades (que nem sempre são tão confiáveis assim) e nas mãos de bandidos (que são menos ainda) e as consegue de uma forma ou de outra. E o resto da população? Ah tá! Reza pra que a medida realmente tenha valido a pena. Só digo uma coisa depois de tantas: me poupe.